sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

E superando mais uma vez....

... a mim mesma, decidi fazer artesanato!
Em breve vou postar minhas obras aqui!!!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Medo da chuva

Há muito tempo não apareço por aqui... porque estive triste com o mundo.
Primeira coisa que gostaria de saber, é: por que há distinção entre Pessoas com Necessidades Especiais (ou Pessoas com Deficiência) e profissionais com experiência quando se procura emprego? Eu, como deficiente, sou altamente qualificada! E não há vagas para mim, pois as vagas são para gente SEM QUALIFICAÇÃO! Como é?????
Segunda coisa: depois q somos contratados, querem a gente como PROFISSIONAL, esquecendo-se que temos algumas limitações e até nos humilhando por isso.
Falo aqui como porta-voz. Enquanto não pararem de achar que os deficientes não sabem trabalhar e exigirem coisas como dresscode para quem não tem pernas, o mundo vai continuar a mesma droga que está!
Estou aqui gritando pra ver se alguém escuta!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Ninguém acredita...

Quem me conhece, não acredita que sou deficiente. Tem muita gente que acha que é uma desculpinha pra fazer corpo mole. Pra isso, pra quem quiser, tenho todas as fotos horríveis das minhas retinas para mostrar. Dá uma baita canseira ter que provar as coisas.... Ainda mais nesse mundo onde as pessoas não são mais gentis. Como um deficiente visual feito eu, que se vira sozinha, pode querer sentar num lugar reservado? Eu terei que contar a história? Escrever na testa? Ou sair com meus exames por aí?

domingo, 6 de março de 2011

Começando.

Há muito tempo eu desejo escrever, e não sabia como começar. Eu sou a Marcia, tenho 34 anos, sou formada em Administração de Empresas e faço MBA em Gestão Ambiental com ênfase em Sustentabilidade. Trabalho numa multinacional Farmacêutica. Mas cheguei aqui para contar as vitórias que não aparecem no meu Curriculum Vitae. Sou deficiente visual. E descobri isso meio sem querer. Sempre usei óculos e não achava que isso resolvia minha vida. Fazia maratona em diversos oftalmologistas e não entendia porquê. Eu tinha um estrabismo acentuado no olho direito, o que me causava grande desconforto. Meus pais tinham vergonha de mim. A vida toda fui vista como alguém desastrada, que caía muito, esbarrava e quebrava coisas. Depois de adulta, resolvi fazer a cirurgia que meus pais nunca permitiram, para melhorar minha aparência. Eu tinha muita vergonha. Minha mãe foi contra e eu desobedeci, rs. Eu queria entender porque tinha estrabismo e continuei a maratona em diversos Hospitais e Médicos especializados. Eu já havia descoberto que não enxergava do olho direito. Mas porquê? Sempre fui inquieta e nunca aceitei qualquer resposta. Com a minha busca incessante, descobri que eu tinha cicatrizes na retina... que levavam a crer que tive toxoplasmose. E que... eu também quase não enxergava do olho esquerdo!!!! Eu nunca soube disso... afinal, achava que aquele era o jeito que todo mundo enxergava!!! Um dia, alguém me disse que eu podia procurar empregos e outros benefícios que a Lei garante aos Deficientes. Num misto de muita tristeza e vergonha, arrisquei e vi que era verdade, que realmente eu era deficiente... Nossa, como as coisas passaram a fazer sentido!!!! Muitas coisas que eu consigo fazer, me surpreenderam Por exemplo, eu sei bordar. Tudo bem que é um sofrimento pra mim, mas eu consigo colocar a linha na agulha, contar os pontos e fazer os desenhos. Como? O tato!!!! Minha mãe brigava comigo quando eu pegava algo pra ver, e dizia: Você vê com os olhos, e não com as mãos!!!! Mãe, você tá enganada. Eu vejo com as mãos.